01/06/2025 às 17:35 Escritos Clínica Contemporânea

Nem tudo é Sintoma

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2min de leitura

Por Ariane Salomão |

Ao mesmo tempo em que a tecnologia avançou e possibilitou que pessoas tivessem seus diagnósticos e assim pudessem ter melhor qualidade de vida, também houve a patologização da vida.

A criança muito alegre agora é hiperativa.

A dificuldade natural em certa matéria se transformou em TDAH.

A pessoa que se ama e se prioriza é narcisista.

O introspectivo tem ansiedade social.

Poderia citar inúmeros outros comportamentos que se enquadraram em sintomas psiquiátricos, levando a pessoa a crer que sua personalidade não é normal.

Mas o que é normal?

A criança alegre pode ser só alegre, que tal direcionar essa energia pra algo interessante?

Se você não se dá bem em matemática, pode ter aulas extras e se empenhar no que é realmente bom.

Quem se ama pode ser um exemplo pra quem se odeia.

O introspectivo pode se aceitar ao invés de tentar ser extrovertido.

Entende que nem tudo é sintoma?

Nem tudo é medicável?

Não podemos colocar todas as pessoas em um CID. Diagnóstico depende de um conjunto de fatores, dados clínicos, hipóteses e exames que devem ser feitos por médicos qualificados.

Não é em uma mesa de bar que você o tem. Não é porque seu amigo tem TDAH que você também terá.

E não podemos excluir que diagnóstico também tem relação política e social onde existem meios que se beneficiam ao te colocar em um código.

Mas não estou aqui para demonizar, muito pelo contrário, confio na psiquiatria e me beneficio dela enquanto paciente. Porém, quero te provocar a pensar que comportamentos e personalidades existem e nem sempre poderão ser caladas por um comprimido, muitas vezes, meu caro, você terá que lidar com suas angústias de frente, porque elas não são químicas, são psíquicas e são suas.

Publicação realizada originalmente em meu Instagram no dia 20/08/2024

01 Jun 2025

Nem tudo é Sintoma

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