O que é Psicanálise?

Sigmund Freud, criador da Psicanálise, define-a como um procedimento para investigação de processos mentais que, de outro modo, são dificilmente acessíveis. 


1) um método de tratamento de disturbios neuróticos (neste tempo ainda não considerava as outras estruturas psiquícas) baseado nessa investigação. 


2) De uma série de conhecimentos psicológicos adquiridos dessa forma, que gradualmente passam a construir uma nova disciplina cientifica. (Freud 1923) 


A definição de Freud já traz significado à teoria por si só, mas gostaria de acrecentar o meu significante para você.


Psicanálise é a construção de um saber sobre si para que não seja alheio às próprias mudanças.


Mudanças de era, mudanças cronológicas, mudanças do corpo, da mente, de significantes. Pois, quando se está alheio a elas não a percebe e não elabora o ato, não movimenta para criar algo a partir daquilo. Aquilo este que não nomeia (ainda ou nunca nomeará). 


A psicanálise traz responsabilidade sobre si mesmo, sobre seu caos, para que não responsabilize outro alguém pela bagagem que carrega, pelo que coloca e (se coloca) no mundo. 


Mas para além disso, provoca decisões e cisões naquilo que deseja, e foge, porque a fuga do desejo é mais fácil do que assumir o que tanto quer, pois ao assumir não terá outra opção a não ser escolher o que fazer com isto. Levando ao analista a pergunta que ecoa, por Jorge Forbes parafraseando Lacan: você quer o que deseja?

Perguntas Frequentes sobre Psicanálise

A psicanálise não é uma abordagem da psicologia, embora ambas estudem o funcionamento psíquico e possam se encontrar em alguns temas.

Explicando melhor:

  • A psicologia é uma ciência ampla que investiga o comportamento, os processos mentais e as relações humanas a partir de diferentes abordagens (como a cognitivo-comportamental, humanista, comportamental, etc.).


  • → A formação em psicologia é universitária e leva à profissão de psicólogo, regulamentada pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP).


  • A psicanálise, por outro lado, é uma teoria e prática clínica autônoma, fundada por Sigmund Freud, que investiga o inconsciente e o modo como ele se manifesta nos sintomas, nos sonhos, nos lapsos e na fala do sujeito.


  • → Não se trata de uma “linha da psicologia”, mas de um campo próprio de saber, com fundamentos epistemológicos, clínicos e éticos específicos.

Não. Alguém pode ser:

  • Psicólogo e também psicanalista (se tiver formação em psicanálise além da graduação),

ou

  • Psicanalista, sem ser psicólogo, desde que tenha feito a formação específica em uma escola ou instituição psicanalítica, seja reconhecido por seus pares (colocando-se à prova) e que o mesmo esteja dentro do tripé: estudo teórico, supervisão e análise pessoal.

A sessão ocorre por meio de associação do analisante (paciente) e da escuta do analista. Não há roteiro fixo: o que orienta o processo é o que surge livremente no discurso. O analista manejamos a análise, os discursos, os significantes, o tratamento, não manejamos a pessoa.

Não há tempo determinado. Cada análise tem seu ritmo e depende da implicação do sujeito. O processo termina quando se acaba a transferência e o sujeito pode sustentar suas questões de outro modo.

Enquanto houver o desejo de saber sobre si, haverá o desejo da análise. A cada novo passo há mudanças, questões, coisas que surgem e repetições.

Não. A psicanálise é indicada para qualquer pessoa que queira construir um saber sobre si, compreender seus impasses, angústias ou repetições. Ela não se limita ao tratamento de sintomas, até porque o analista não está ali para dar alta, tratar sintomas e angústias. O processo de análise o implica a se responsabilizar e discursar sobre aquilo que está para além do sintoma.

O psicanalista não dá conselhos nem orientações. Ela não dá e não tira. Seu papel é acolher o discurso, manejar e sustentar o espaço em que o sujeito possa se confrontar com o que diz e com o que deseja.

Não no sentido tradicional. Embora possa ter efeito terapêutico, a psicanálise não busca “curar” sintomas, mas compreender o que eles revelam. O objetivo é que o sujeito se responsabilize por sua própria história e encontre novas formas de se relacionar com o desejo e o sofrimento.

As sessões geralmente são, no mínimo, semanais, podendo variar conforme o caso e a orientação do analista.

Não. O psicanalista não prescreve medicamentos (quem faz isso são os médicos) nem realiza diagnósticos médicos ou laudos psicológicos. Caso seja necessário acompanhamento psiquiátrico, pode haver um trabalho conjunto com outros profissionais da saúde.

O primeiro passo é agendar uma entrevista prévia com o analista. Nesse encontro, o paciente fala sobre o motivo da procura e entende como funciona o processo. A partir daí, ambos decidem juntos a continuidade da análise, assim como dia da sessão, horário e valores.

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